PRÉ-EMBARQUE
Confesso que o Noroeste Argentino nunca me atraiu tanto, sendo eu um apaixonado pelas belezas da Patagônia, com seus lagos azulados, montanhas majestosas e glaciares imponentes – o sul sempre foi minha principal escolha quando se trata de Argentina.
No entanto, com o surgimento de voos diretos ligando São Paulo a Salta e um aumento nas divulgações desse destino, os brasileiros têm buscado cada vez mais essa região. No entanto, encontrar operadoras que realmente compreendam o destino ainda é um desafio, o que pode dificultar a venda e, consequentemente, a satisfação dos viajantes.
Falar sobre a satisfação em uma viagem é crucial, e é fundamental que a agência identifique o estilo de viagem de cada cliente. Embora os roteiros predefinidos sejam úteis como ponto de partida, é frustrante chegar ao destino e perceber que há algo que você gostaria muito de fazer, mas que não há tempo suficiente para isso. Em suma, a jornada começa muito antes de chegarmos ao nosso destino; começa com o planejamento e com a escolha de uma empresa de qualidade para cuidar da nossa viagem.
Depois de muitos treinamentos e de enviar alguns passageiros para a região, chegou a minha vez de finalmente conhecer Salta e Jujuy. Apesar de essas palavras remeterem a cidades, quando falo de Salta e Jujuy, estou me referindo às províncias e a todas as atrações e cidades que elas abrigam.
A VIAGEM
Salta
A aventura começou na cidade de Salta, e assim que pus os pés nela, fiquei impressionado com o seu charme e sua rica história. Meu primeiro objetivo era visitar dois museus que estavam na minha lista: o MAAM, Museu de Arqueologia de Alta Montanha que expõe múmias incas em excelente estado de conservação e o Museu Güemes que conta a história de Martín Miguel de Güemes que foi um militar Argentino que cumpriu uma atuação destacada nas lutas para a Independência. Ambos me surpreenderam positivamente e servem como base para começar a viagem conhecendo um pouco da história do local.
Após as visitas, decidi explorar as ruas da cidade e, sem perceber, acabei próximo ao Cerro San Bernardo. Decidi então subir a pé pelas escadarias, uma excelente maneira de manter a forma durante a viagem. No topo, fui recompensado com uma vista deslumbrante da cidade, e na descida, optei pela experiência do bondinho, que também não decepciona.
Purmamarca
Ao viajar pelo Noroeste Argentino, é importante ter em mente que nada está próximo. A maioria dos passeios envolve longos deslocamentos e horas dentro do carro. Passar 10 horas em um carro privado com assento confortável é certamente melhor do que em uma van lotada, correndo o risco de ficar ao lado de alguém muito alto em uma poltrona que não reclina – sim, isso aconteceu comigo, foi ótimo para comparar a diferença entre os serviços.
Purmamarca é uma cidadezinha encantadora, eu diria que a mais charmosa de toda a viagem. A praça, a igreja, as ruas, as pessoas e, é claro, as montanhas coloridas que a cercam, fazem dela uma parada obrigatória. E nas proximidades, encontramos alguns atrativos importantes, como a Quebrada de Humauaca, uma estrada ladeada por montanhas e um rio, formando uma paisagem deslumbrante que minimiza a noção de distância diante de tamanha beleza. O Hornocal, também conhecido como Cerro de 14 cores, é uma montanha imponente. Uma caminhada de cerca de 45 minutos até sua base permite uma visão ainda mais impressionante.
As Salinas Grandes são imperdíveis – um deserto de sal que lembra o Salar de Uyuni, na Bolívia. A jornada até lá é uma experiência por si só, passando pela Cuesta de Lipan, com suas curvas sinuosas e mirantes. É uma experiência que precisa ser vivida para ser compreendida. No salar, somos envolvidos pela magia do lugar, seja durante o dia ou no entardecer.
Cachi
Optamos por fazer essa viagem em um “Full Day”, um passeio de dia inteiro para Cachi partindo de Salta. A jornada é facilitada pela Cuesta del Obispo, uma estrada sinuosa que serpenteia montanha acima, e seguindo pela reta mais longa do mundo, rodeada por uma floresta de cactos gigantes. Chegando à cidade e dando uma volta pela praça, percebe-se o cuidado com que ela é mantida. Tudo ali é limpo, bem cuidado e charmoso, criando o ambiente ideal para escolher um bom restaurante e aproveitar algumas horas na cidade.
Cafayate
Não confunda Cafayate com Calafate – apesar dos nomes semelhantes, aqui não há glaciares, mas sim vinícolas. Mesmo para aqueles que não apreciam vinhos, a estrada que liga Salta a Cafayate é uma das mais belas. Conhecida como Quebrada de las Conchas, a estrada é simplesmente deslumbrante, com paradas obrigatórias como Três Cruzes, Garganta do Diabo e Anfiteatro, além de oferecer opções de trilhas para os mais dispostos. Cafayate é uma pequena cidade cercada por vinícolas, muitas das quais podem ser visitadas a pé. Há também uma excelente oferta de hotéis e restaurantes na região. Para os amantes de vinho, sugiro passar de duas a três noites na cidade.
Vale a pena?
O Noroeste Argentino oferece muito mais do que essas atrações, como o clássico passeio de trem para as nuvens, que infelizmente não conseguimos fazer desta vez. Mas com base no que vi e entendi sobre o destino, posso garantir: VALE MUITO A PENA! Uma região rica em cultura, diversidade de atrativos, gastronomia de qualidade, hospedagem acolhedora e, é claro, um contato intenso com a natureza, que é a essência da nossa existência.
Não tenha mais dúvidas, DESCUBRA SALTA! Este destino vai te surpreender!
Até a próxima descoberta,
Rodrigo Nakano.
Descubra nossos roteiros para Salta
Aproveite e também nos siga no Instagram e no Youtube.
0 Comentários
Os comentários estão fechados.